sábado, 9 de junho de 2007

Entardecendo


Os vinte aos trinta e cinco anos, são a melhor época de nossa vida. Estamos no auge de nossas forças, disposição, energia, e ainda descobrindo muita coisa. Descobrindo e desfrutando. Gostamos de música, cinema, como nunca. É uma fase em que estudamos, trabalhamos, e ainda estamos solteiros, ainda não temos tanta responsabilidade na cabeça. Os problemas - que nos parecem grandes - na verdade são simples se comparados com o entardecer de nossas vidas. Nem sabemos, nem passa pela nossa cabeça o que estaremos fazendo, ou o que terá acontecido quando chegarmos aos 45 anos.

A imagem ainda está nítida na minha cabeça. Num sábado, no local combinado, Wilson chega, de bicicleta, com os discos de vinil dos Kraftwerk que copiarei para fitas cassete durante o fim de semana. Bons tempos esses, inocentes, em que não pensávamos no futuro, não o temíamos. Simplesmente vivíamos, aproveitando ao máximo as coisas daquela época.

Naquele tempo, o ritmo de vida era mais lento, menos corrido, menos estressante. Tempo em que ainda não existia o vídeo-cassete. Os filmes que estreavam no cinema, levavam anos pra chegar a televisão, e põe anos nisso. Quando gostava de um filme, geralmente assistia duas sessões contínuas no cinema. Hoje a oferta de filmes em dvd's é tão grande, que nunca guardo a história, geralmente não sei se já o assisti antes ou não. Já aluguei filme, e só depois de uns trinta minutos assistindo é que descobri que já o tinha assistido.

Nenhum comentário: