segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Natal na roça


Minha mãe, hoje com 70 anos, nasceu em 1936, passou por muita coisa sem saber: segunda guerra mundial, ditadura e suicídio de Getúlio, criação de Brasília, a invenção do rádio, do cinema, da tv.

Perguntei a ela como era o natal na roça, lá em Bom Jardim de Minas. Era o dia que morria uma galinha, respondeu ela. Achei engraçado. Lembrei do filme Babe, o porquinho atrapalhado, onde numa fazenda, no natal faziam o mesmo.

Naquele tempo nem rádio ela tinha, numa família de mais ou menos umas 11 irmãs. Minha mãe só tem irmãs. Por conta disso as mulheres é que faziam o serviço pesado, como plantar, colher, roçar.


Na verdade, na roça ela nem sabia do natal, nem do ano novo. Conhecemos essas coisas na verdade, pela televisão.

Uma vez por ano havia uma grande festa na cidade, uma festa religiosa. Razão para todos aqueles que moravam em sítios e fazendas bem distantes do centro, partirem animados para a cidade. A festa era um grande acontecimento, que nunca saiu da cabeça dela.

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